sábado, 20 de março de 2010

O que REALMENTE aconteceu naquele verão maluco.

A verdade é que o verão de 2009 foi o mais agitado e mais memorável de toda a minha vida. Para que você entenda melhor, eu posso explicar que fiz uma viagem com um grupo dos meus melhores amigos – tanto meninas quanto meninos – sem nenhum pai, adultos ou responsáveis por perto. Éramos apenas sete adolescentes com muitas malas, um apartamento alugado em Itapema – SC, algumas caixas de chocolate, outras de miojo e muitas garrafas de Red Label, Orloff e derivados. Tínhamos sete dias pela frente, e só Deus sabe o que poderia acontecer sob aquelas quatro paredes.
É fato que o Guilherme – o dono dos meus pensamentos – foi um dos maiores motivos para eu ter decidido fazer essa viagem, já que eu normalmente sou do tipo que prefere ficar em casa assistindo a um bom filme com um bom prato de brigadeiro. Eu era assim. Até o verão de 2009.
Eu me lembro exatamente do momento em que eu tive que me despedir dos meus pais, com um enorme nó na garganta, só pensando no dia em que poderia abraçá-los novamente. (Sim, eu faço muito drama, seria só uma semana longe de casa.)
Bom, foram cinco horas de viagem até chegarmos ao litoral. Quando chegamos ao apartamento, a primeira coisa que o pessoal resolveu fazer foi virar uma garrafa de whisky pra brindar a chegada. Em cinco minutos, lá se foram duas garrafas. Mal saberia eu que esse era só começo. Fingi estar adorando tudo aquilo, enquanto guiava meu olhar na direção do Gui e do seu sorriso encantador.
Na quinta noite, quando todos estávamos no auge da diversão e eu não agüentava mais o desespero para que o Gui me notasse e resolvesse conversar comigo sobre nosso lindo sentimento – ok, sem empolgação – o inesperado aconteceu. Era pra ser só mais uma luau na praia, com todos ficando tri bêbados e rindo de nós mesmos... E até que começou assim. Bebemos, rimos... Lancei um olhar terno pro Gui, e dessa vez ele retribuiu. De repente, ele levantou-se e saiu andando em direção ao mar, gritando meu nome, para que eu fosse com ele. Chegando lá, eu mal respirava e ele parecia tão calmo, tão decidido. Pegou minhas mãos com delicadeza, olhou em meus olhos e sussurrou em meus ouvidos “é você que eu quero.” Dito isso, me puxou pela cintura e tivemos o que eu posso chamar de beijo de cinema. O contexto romântico de praia e férias nos favoreceram muito naquele momento. Eu não queria soltar suas mãos com medo de que ele pudesse me deixar.
De repente, um barulho estridente invade meus ouvidos. Desesperada, pisco o olho algumas vezes a procura da causa daquele som; e quando me dou conta, estou sentada na minha cama, trajando meu pijama favorito, com o coração acelerado, as mãos suando, e o despertador tremendo na minha mesa-de-cabeceira. Então tudo se encaixou na minha cabeça: não havia viagem alguma, tampouco uma história de verão com ele. Tudo não havia passado de um sonho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário