sábado, 2 de outubro de 2010

Just a cup of a tea.

Uma xícara de chá. Um quarto escuro. Uma casa vazia. Uma pessoa abandonada. Uma imensidão de lembranças preenchidas por lágrimas. Ela preferia não falar com ninguém, portanto, guardava seus problemas a sete chaves. Seu passado invadia sua mente de uma maneira avassaladora. Qualquer detalhe, por menor que fosse, fazia com que tudo viesse à tona. Já não havia lugares que ela pudesse freqüentar sem que se lembrasse de quando e quantas vezes esteve lá com ele. Qualquer pessoa que os visse, diria que eram o casal perfeito – mesmo a perfeição sendo relativa. O amor existente entre ambas as partes se ressaltava nas suas feições, muitas vezes moldando seus rostos com enormes sorrisos.
A garota estava vivendo em monotonia. Nada conseguia fazer com que o sentimento de solidão e vazio a deixasse. Embora tentasse voltar a viver, ela sabia que isso só seria possível ao lado dele. Mesmo que ele a tenha deixado nessa situação. Paradoxo, talvez.
As armas mais poderosas que ela havia encontrado até então eram as lembranças e os sonhos. A primeira, pois era a única coisa que ninguém poderia lhe tirar. E a segunda, pois era a única maneira de continuar imaginando o presente e até mesmo o futuro sem ter que encarar a realidade.
Ela ainda guardava o pequeno cordão que ele havia lhe dado no último Natal. Era um pequeno cordão com pingentes de letras – as iniciais dos dois. Todas as vezes em que sentia medo ou desespero momentâneo, ela segurava esse cordão com todas as forças e chorava em silêncio. Todas as vezes em que precisava de proteção, ela também se agarrava à ele e sentia-se sendo abraçada. São inúmeras personificações feitas todos os dias para que ela se sinta um pouco melhor. E quando isso não é suficiente, há sempre uma xícara de chá.