terça-feira, 29 de junho de 2010

A little tired.

A situação fugia de controle, os pensamentos voavam longe. Mas não longe o suficiente para que saíssem da minha cabeça. Seria uma tentativa em vão sentar em um canto qualquer esperando por um controle universal, ou uma máquina do tempo que possibilitassem que eu pudesse voltar no tempo apenas apertando um botão, ou escolhendo as cenas no meu Menu e revendo as mais especias em câmera lenta. Ou simplesmente avançando no controle para o dia seguinte. (Quem não se lembra de Click?) É uma pena que as coisas não sejam assim fora do mundo da ficção e dos filmes. Aqui, o jeito é pensar milhares de vezes antes de qualquer atitude precipitada, usando o bom senso e o respeito. Queria conseguir fechar os olhos e relaxar, já que a rotina e vários pensamentos têm tirado meu sono, que aliás resolve aparecer durante as aulas mais importantes. Férias, cheguem logo. Estou precisando de você.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Crônica.

No filme "Up" dos estúdios Disney - agora com a tecnologia da Pixar - o enredo é protagonizado pela primeira vez por personagens humanos, sendo um idoso, sr. Fredricksen, aparentemente rabugento, e um garoto um tanto agitado, Russel.
O que mais me surpreendeu nesta animação foi o fato de ser uma história com complexos e conflitos de adultos, traduzidos numa linguagem infantil, destinada ao seu público alvo, as crianças, e sem perder a magia dos filmes da Disney.
Adorei ver a forma como foi mostrado o amor entre o Sr. Frericksen e a Ellen. Logo nos primeiros minutos de filme é passado um flashback emocionante sobre o casal desde que se conheceram na infância, e como foram tão unidos até os últimos dias da Ellen. Com a morte desta, o Sr. Fredricksen está decidido a realizar o sonho dela, que era conhecer as cachoeiras da América do Sul viajando com a própria casa erguida por balões. A solidão do Sr. Fredricksen é instigante; até ele arrumar um "companheiro", o Russel, que de certa forma acaba ajudando o senhor a se desprender dos valores materiais que ele tinha para com a casa e os objetos da Ellen.
Ao longo do filme são passadas várias mensagens, mas a que ficou foi desprendimento material de tudo que estava ligado ao passado, mas valorizando os sentimentos e lembranças que ficaram. Acaba sendo também uma mensagem de superação ao mostrar o novo lado do Sr. Fredricksen: generoso, amigável e bem humorado. Valores trazidos e resgatados pela sinceridade da sua amizade desenvolvida com Russel, que acabou se tornando o filho que o Sr. Fredricksen não pudera ter, e este, consequentemente, ocupou uma posição de pai para Russel, já que o seu estava sempre ocupado e ausente.

domingo, 27 de junho de 2010

Copa do Mundo.

Agora a maioria das casas têm uma bandeira do Brasil pendurada na entrada, vários carros estão decorados com bandeirinhas, e até mesmo o asfalto foi caracterizado com as cores da bandeira nacional. O verde e amarelo está tomando conta do país.
É bom saber que pelo menos UMA vez a cada quatro anos, uma nação inteira se junta para torcer e vibrar pelo mesmo time. Todos do mesmo lado: ricos, pobres, honestos, desonestos... Brasileiros. No fundo, nessa época acabamos sendo todos apenas um só.
Mas é claro que as exceções existem, e com isso, também temos muitos brasileiros torcendo contra a seleção, ou simplesmente não torcendo.
Pra mim, essa é uma data impossível de ser passada em branco. Segundo a minha mãe, desde a copa de 1994 eu estava ligada ao futebol - eu estava a poucos meses de nascer, e a cada gol que ela comemorava, ganhava um chute meu ainda mais forte.
O tempo passou, e hoje eu adoro os jogos da Copa desde os primeiros minutos quando o hino nacional é cantado. Adoro até mesmo a tensão ao ver a selação adversária se aproximando do nosso gol. Adoro vibrar a cada lance bonito, e a cada gol marcado. Adoro a maneira como o futebol une classes e gerações em prol da mesma causa.
Só é uma pena saber que, na hora de festejar todos querem participar, mas são poucos que se lembram que o mundo não é tão bonito assim como é passado nos dias da Copa. A África por exemplo, não é um país composto por vuvuzelas e estádios bonitos. Pra quem se esqueceu, a África é palco de mísera, fome e desigualdade social. Agora mesmo, enquanto escrevo esse texto, milhares de crianças africanas choram por não terem alimento. Enquanto milhares de pessoas comemoram os gols de sua seleção, outras milhares choram por não terem condições de vida. O próprio Brasil não é esse país alegre e divertido que tem sido mostrado.
Seria tão mais fácil unir o útil ao agradável. Não é necessário deixar de torcer para ajudar as causas nobres. Como também não podemos apenas torcer e esquecer da realidade que vai continuar nos cercando quando a Copa acabar. Quando o juiz apitar a última partida, tudo volta ao normal. E aí? Os dias de glória das seleções perderão lugar para as desgraças nos jornais.
Portanto, torçam sim. Sejam patriotas. Tenham orgulho de serem brasileiros. Mas que seja sempre assim... Comemorar no jogos e dizer 'eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor' e depois chorar as pitangas e reclamar do país até chegar a próxima Copa é hiprocrisia.
Assim que o Brasil foi eliminado ou campeão, aposto que em uma semana todo o símbolo de patriotismo que foi exposto durante os jogos acabará totalmente. Sendo assim, as decorações verde e amarelas perderão lugar para a paisagem cinza das cidades grandes, e para a paisagem triste dos lugares abandonados no país.

domingo, 6 de junho de 2010

Aswering the phone.

De fato, não estava nos planos se apaixonar tão intensamente. Agora, mais do que nunca, ela conseguia entender a importância das promessas e das declarações. Ela sabia que a distância ou qualquer tipo de separação a destruiria em questão de segundos. Do jeito que as coisas estavam, o mundo dela só existiria na condição de que ele estivesse ao seu lado. Pra sempre.

Com relutância, levantava-se de sua cama, tendo que deixar de lado as camadas de cobertores que antes a esquentavam; foi até a cozinha e começou a preparar um sanduíche. Enquanto isso, tinha em sua mente flashes dos últimos meses em que viveu exclusivamente ao lado dele. Não havia nada capaz de estragar sua felicidade matinal nesse momento. Quer dizer, quase nada.
Em uma fração de segundo, o telefone começou a tocar. Pensando que fosse apenas mais uma ligação qualquer de alguma empresa de telemarketing, andou tranquilamente e a passos leves até tirar o telefone do gancho e ouvir a voz do outro lado da linha:
- A Marina está? - uma voz desesperada perguntava.
- Sim, sou eu..
- Marina, aqui é o irmão do Carlos. Estou ligando pra dizer que ele.. - suas palavras foram interrompidas pelo seus próprios soluços.
- Ele o que?
- O Carlos sofreu um acidente, Marina. Ele morreu.
Fim da ligação.