domingo, 4 de abril de 2010

An empty story. (Or just another tale)

A chuva já não caía na minha janela. Agora todos os dias tinham a mesma cara de fim de tarde. Sem sol, sem lua. Era uma realidade monocromática e entediante. Eu queria ter forças para continuar lutando, para acreditar que ainda havia esperanças para mim. Mas o fato é que a cada dia, eu me sentia mais fraca, e menos viva.
Nos raros dias em que a chuva resolveu dar a graça e cair de forma tranqüila e quase silenciosa, os inocentes pingos se confundiram com as minhas dolorosas lágrimas.
As lembranças me invadiam dura e friamente, causando-me ansiedade e por muitas vezes, desespero. Cada lembrança que vinha a tona era uma facada a mais no meu peito machucado. Eu me sentia afundando cada vez mais em um buraco muito fundo, sem conseguir me erguer, perdendo o equilíbrio, as forças, a luz e os sentidos. Eu poderia chamar esse buraco de passado.
Sempre me achei uma pessoa forte, do tipo que não gosta de depender das outras pra absolutamente nada. Bem, eu era assim. Mas meu ponto fraco estava no amor. Qualquer coisa relacionada aos “assuntos do coração” fazia com que eu perdesse meu eixo e, principalmente as palavras.
Às vezes eu queria muito acreditar que essa realidade sem ele, era na verdade um grande e monstruoso pesadelo. E que bastaria o sol entrar pela janela do meu quarto e meu corpo despertar, para que tudo voltasse ao normal e eu percebesse que havia sido apenas uma noite (extremamente) mal dormida. Mas infelizmente, eu deveria manter meus pés no chão – ato difícil de acontecer ultimamente, já que, desnorteada e desorientada como eu estava, seria bem difícil encontrar meu chão. Fixar-me novamente.
Nunca pensei que a saudade pudesse doer tanto; nunca imaginei que a saudade pudesse comprimir meu coração e fazer lágrimas botarem; nunca pensei que as lembranças seriam um dia, minha única forma de continuar vivendo aqueles momentos.

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